Notícias

Expediente curto no primeiro dia após a greve

Serventuários atenderam até as 14h, por conta do jogo do Brasil


GEORGE BRITO

Depois de 37 dias de greve, os servidores do Poder Judiciário baiano voltaram ontem às atividades, após a juíza da 7ª Vara da Fazenda Pública, Lisbete Maria Santos, considerar o movimento ilegal e determinar o fim da paralisação, sob pena de multa diária de R$ 30 mil. O problema é que, devido à estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo, o expediente ficou praticamente reduzido ao período da manhã.

Apesar do atendimento restrito, o movimento foi tranquilo no Fórum Ruy Barbosa (Campo da Pólvora) e nos cartórios e tabelionatos da Fundação Politécnica, na Avenida Sete, visitados por A TARDE pela manhã. Na maioria dos locais, o expediente foi até as 14 horas, mas em alguns lugares foi encerrado às 13 horas, como no 3º Tabelionato de Ofícios. Mas tinha servidor encerrando o trabalho atémaiscedo. "Eu só sei que vou sair ao meio-dia.

Os outros, acho que vão até as 13 horas", afirmou em tom de brincadeira um funcionário que não se identificou.

"Só vão atender 50 pessoas", alertou Aydan Freitas, 34 anos, na Fundação Politécnica, por volta das 10 horas.

Ele já tinha garantido a senha para autenticar documentos e reconhecer firma. "Fiquei prejudicado porque sem os papéis autenticados, não pude fazer diversos trabalhos", revelou.

No Fórum Ruy Barbosa, assim como nos cartórios, o movimento foi tranquilo. As varas funcionaram normalmente e os processos voltam a ser protocolados no setor de distribuição. Mas os prejuízos, pelo acúmulo, são percebidos.

"Foi muito prejudicial aos advogados, e principalmente ao cidadão", disse o advogado Abelardo Pereira.

Ele lembrou que, apesar de a greve ter acabado, o serviço "voltou ao normal, mas com meio expediente por conta da Copa. Temos que lembrar que no ano passado teve outra greve, depois veio o recesso de final de ano, de Carnaval e agora outra paralisação", enumerou Pereira.

Ponto polêmico Os servidores cumpriram a determinação judicial de retornar ao trabalho, mas fazendo ressalvas. A presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário (Sinpojud), Maria José Silva,afirmou anteontem que "se o ponto for cortado na folha do mês de junho, nós voltaremos à greve de maneira imediata".

A reportagem de A TARDE tentou sem sucesso contato com Maria José Silva ontem.

Ela não atendeu às chamadas no seu telefone celular. A categoria tem marcada para o próximo dia 30 de julho nova assembleia, em conjunto com uma paralisação naquele dia. Na ocasião, a categoria irá colocar para representantes do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) as reivindicações dos servidores.

Os servidores exigem a manutenção das seis horas de trabalho diário (há proposta de aumento para oito horas por dia), além da garantia do pagamento de gratificaçãode eficiência.